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Há 39 anos, Cruzeiro conquistava sua primeira Libertadores da América

  • djmklpcf
  • 30 de jul. de 2015
  • 4 min de leitura

O Cruzeiro começou o ano de 1976 sob as lembranças do aniversário de 10 anos de sua então maior conquista na história: a Taça Brasil de 1966. O time poderia superar aquela conquista justamente uma década depois se vencesse a Copa Libertadores da América. Para deixar um time bom ainda melhor, o Cruzeiro trouxe de volta ao Brasil naquela temporada o craque Jairzinho, que estava na França. O “Furacão da Copa” de 1970 não tinha mais o mesmo vigor de seis anos atrás, claro, mas ainda causava sérios estragos nas defesas dos adversários, além de impor medo e respeito. Com a chegada do craque, o Cruzeiro era um dos grandes favoritos ao título continental.

O Cruzeiro estreou na competição contra seu algoz do ano anterior, o Internacional. O Mineirão estava lotado e o Cruzeiro ávido por vingança. Foi então que o time mineiro protagonizou a partida mais eletrizante da história do Mineirão em um jogaço: Cruzeiro 5×4 Internacional. Nove gols! O time, desde o início, teve o controle da partida e venceu mesmo sem Palhinha, expulso no começo do segundo tempo e autor de dois gols no começo do jogo (Joãozinho, duas vezes, e Nelinho marcaram os outros gols do time azul). O estádio foi ao delírio e a torcida vibrou como nunca. Era um bom presságio do que viria pela frente.

Depois da vitória épica sobre o Inter, o Cruzeiro continuou a sapecar os rivais na primeira fase da Liberta. O time ainda venceu, em casa, o Olimpia (PAR) por 4 a 1 e o Sportivo Luqueño (PAR) pelo mesmo placar. Nos jogos fora de casa, vitória sobre o mesmo Sportivo por 3 a 1; 2 a 0 sobre o Internacional em pleno Beira Rio e empate em 2 a 2 contra o Olimpia. O time se classificou líder, com cinco vitórias e um empate em seis jogos, marcou 20 gols e sofreu 9. Era hora da fase final.

O Cruzeiro foi para o grupo 1 do triangular final da Libertadores ao lado de LDU (EQU) e Alianza Lima (PER). No primeiro jogo, contra a LDU, em Quito, vitória azul por 3 a 1. Na partida seguinte, nova vitória: 4 a 0 no Alianza Lima, lá no Peru. Tudo era as mil maravilhas até que uma notícia chocou os jogadores e torcedores. O ótimo ponta Roberto Batata, louco de saudades da família, morreu em um acidente de carro na rodovia Fernão Dias quando ia de encontro da mulher e do filho na cidade de Três Corações, no interior de Minas. A morte do jogador foi um trauma para todos. Mas foi nessa adversidade que o time se uniu ainda mais e partiu em busca do título em homenagem a Batata. Na partida seguinte após o acidente, contra o Alianza Lima, no Mineirão, o Cruzeiro fez 7 a 1 nos peruanos e dedicou a vitória a Batata. O número de gols foi o mesmo número da camisa do jogador. O time azul confirmou sua classificação para a final da Libertadores no mesmo Mineirão, quando venceu a LDU por 4 a 1. Com 18 gols marcados e quatro vitórias em quatro partidas, o Cruzeiro estava tinindo. Mas era hora de ainda mais concentração para encarar os argentinos do River Plate.

O Cruzeiro fez o primeiro jogo da final da Copa Libertadores de 1976 em casa. O River Plate tinha um esquadrão de respeito com o ótimo goleiro Fillol (que seria campeão do mundo pela Argentina em 1978), o zagueiro Perfumo, o meia Sabella e os atacantes González, Luque e Más. Porém, o time mineiro não ligou para a banca dos argentinos e deu show: 4 a 1, com três gols apenas no primeiro tempo. Palhinha, Eduardo e Jairzinho mostraram toda a habilidade brasileira e garantiram a vantagem do empate para a partida de volta (na época não existia o critério de gols marcados). Em Buenos Aires, o River fez valer o mando de campo (e a sempre “muy amiga” arbitragem latina) e venceu por 2 a 1, forçando um terceiro jogo.

O jogo decisivo foi em campo neutro, no estádio Nacional, no Chile. Ambas as equipes estavam desfalcadas de algumas estrelas (Jairzinho, Perfumo e Fillol não jogaram) e precisavam vencer para ficar com o título. O Cruzeiro começou melhor, dominou o primeiro tempo, e abriu 2 a 0, com gols de Nelinho e Eduardo. Mas do outro lado estava o River Plate, que arrancou o empate com gols de Más e Urquiza. Faltando menos de cinco minutos para o fim do jogo, falta para o Cruzeiro. Os argentinos esperavam uma bomba de Nelinho, mas foi aí que o elemento surpresa acabou com a partida: Joãozinho bateu e fez o gol do título: 3 a 2.

O Cruzeiro conquistava a sua primeira Libertadores de maneira histórica, e era, ainda, o primeiro time mineiro a levar a competição. Acabava ali a hegemonia do Santos em ser o único a ter a cobiçada taça em sua galeria de troféus. Era a consagração e a justiça feita para um time montado para marcar gols, dar show e cansar o adversário com uma velocidade incrível. A partir daquele dia, o Cruzeiro também podia mostrar para todo mundo a Libertadores da América.


 
 
 

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